Durante anos, a ideia de que ouvir Mozart poderia turbinar o cérebro conquistou pais, professores e até políticos. Mas afinal, o que é o Efeito Mozart — e ele realmente funciona?
Tudo começou em 1993, quando um estudo publicado na revista Nature sugeriu que estudantes que ouviam uma sonata de Mozart apresentavam melhora temporária no raciocínio espacial. Rapidamente, a mídia traduziu isso como: “ouvir música clássica deixa você mais inteligente”. Foi o suficiente para transformar CDs de música clássica em presentes populares para bebês e crianças pequenas.
Mas a ciência, como sempre, é mais complexa.
Estudos posteriores mostraram que o aumento no desempenho cognitivo não era exclusivo de Mozart — nem mesmo da música clássica. Qualquer música que gere prazer, foco ou excitação moderada pode ter efeitos semelhantes, como por exemplo o Lo-Fi, que tem se popularizado bastante por associar música a estudos/foco. Em outras palavras: a melhora temporária no desempenho se deve mais ao estado emocional induzido pela música do que à obra em si.
Então por que Mozart? Porque sua música é altamente estruturada, rítmica e equilibrada. Isso estimula o cérebro de forma organizada e pode induzir estados mentais de atenção e relaxamento — duas chaves para melhorar a concentração e a performance em tarefas cognitivas.
Neurocientistas também observaram que ouvir música ativa áreas do cérebro relacionadas à linguagem, memória e emoção, inclusive, nesse vídeo eu abordo até mesmo a evolução física do cérebro ao aprender um instrumento. Portanto, embora o Efeito Mozart não transforme ninguém em gênio instantâneo, ele mostra como a música pode ser uma ferramenta poderosa para preparar a mente para aprender melhor.
Quer estudar, escrever ou se concentrar? Monte uma playlist que te traga prazer e tranquilidade. Mozart pode estar nela, ou então o lo-fi (aqui tem uma playlist que uso bastante para esse fim) — mas o efeito real é a música que te conecta com sua melhor versão.
