432Hz VS. 440Hz: Realmente ajuda?

De onde essa história de que algumas frequências estão associadas a algum tipo de tratamento surgiu? Nesse post, vamos entender porque o padrão de hoje é 440hz para afinação ao invés do 432hz ou outro qualquer, vamos entender de onde essa ideia de que algumas frequências curam determinado problema. E também, será que a afinação em 440hz teve influência do Eixo pra deixar as pessoas ansiosas durante a Segunda Guerra Mundial?

A humanidade e as padronizações

O ser humano, desde sempre, padroniza tudo – indo direto ao ponto -, como os sistemas de medidas, que padronizaram metros, segundos, quilograma, litros, etc, ou então o próprio calendário gregoriano, e até calendários mais antigos de outras civilizações, como o Maia. Cartografia, horas, padrões elétricos, enfim, praticamente sempre que notamos uma divergência de um sistema para outro, queremos encontrar uma solução comum. Com os instrumentos músicas, não foi diferente. Imagina se você tocasse em uma banda e cada instrumento que cada integrante comprasse viria com uma afinação diferente, que bagunça que seria. Então com o intuito de começar inicialmente pequenos grupos ou culturas, algumas padronizações surgiram: No século XVII – XVIII o Lá Barroco, como ficou conhecido, era afinado em 415Hz. No final do século XVIII as óperas de Mozart eram afinadas em 421Hz. Início do século XIX, afinações de 430hz nas orquestras da Europa Central. Bom, o problema de padronizar culturalmente foi resolvido, agora da pra ter pelo menos uma banda mais afinada rs.

A Segunda Guerra Mundial e o 440Hz

Um dos mitos recorrentes afirma que a afinação de 440Hz teria sido imposta por Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, como forma de “deixar a população mais ansiosa e fácil de controlar”. Contudo, não existe qualquer documento oficial ou acadêmico sério que comprove essa teoria. Historiadores da música e pesquisadores da área, como Alexander J. Ellis e Bruce Haynes, argumentam que essas associações são fabricadas ou altamente especulativas, sem embasamento científico algum.

Padronização oficial de 440hz

Finalmente, com a ideia de padronizar a música em todo o mundo, em 1955 a Organização Internacional de Padronização oficializou em 440hz, e posteriormente, em 1975 com o ISO 16, essa ideia foi reafirmada. Uma curiosidade, em 1834 – O físico alemão Johann Scheibler propôs 440 Hz como frequência padrão após desenvolver um dispositivo chamado tonômetro, que era uma espécie de diapasão. Ele argumentou que 440hz era a média histórica das afinações das orquestras na Alemanha e, além disso, ele acreditava que 440hz era um equilíbrio bom entre sons muito agudos, o que causava tensão nos cantores, e muito baixo tirava o brilho. Mas a ideia não foi amplamente aceita na época.

As frequências e as curas: De onde essa ideia veio?

A ideia de frequências como 528Hz (“amor”), 963Hz (“divino”) ou até mesmo o proprio 432hz ligada à redução de ansiedade surgiu de interpretações modernas e esotéricas da teoria musical, e eu encontrei duas fontes, que mostraram que essas interpretações foram especialmente ligadas a um livro específico, chamado “Healing Codes for the Biological Apocalypse”, de Joseph Puleo e Leonard Horowitz em 1999.

Joseph S. Puleo foi um oficial médico e entusiasta da numerologia e espiritualidade nos EUA. Tornou-se conhecido ao reivindicar, nos anos 1970, a descoberta de frequências escondidas na Bíblia, mais especificamente no Livro de Números.

Leonard Horowitz é dentista por formação e também graduado em Saúde Pública, e estuda medicina alternativa. Com isso, ele diz ter descoberto que as frequências específicas curam, especialmente a 528Hz, que diz que regenera o DNA. O Leonard também acredita em algumas teorias da conspiração, inclusive tem um livro chamado “Emerging Viruses: AIDS & Ebola — Nature, Accident or Intentional?”, onde diz que AIDS e Ebola são criados propositalmente como arma biológica.

Se você quiser posso fazer um vídeo e/ou post sobre os assuntos abordados no livro “Healing Codes for the Biological Apocalypse”. Deixa lá nos comentários no vídeo do YouTube!!!

Embora existam esses estudos que serve de base para criação desse e de outros livros sobre esse tema, além de muitos vídeos no Youtube com essa proposta, tudo é sem fundamento cientifico e meramente especulativo. Claro que, frequência é um tipo de energia, pois é formado por ondas mecânicas, inclusive exploramos nesse vídeo estudos comprovados de que algumas frequências e músicas de fato eliminaram algumas células cancerosas, mas ainda tudo muito raso e superficial, e não deve ser considerado uma forma de medicina alternativa. Muito pelo contrário, nada deve substituir a medicina convencional. Agora, a musicoterapia existe sim, e ela é subjetiva. Talvez ouvir aqueles vídeos de frequência da cura pode te ajudar a se sentir melhor, mas pela estrutura melódica e progressões, acordes, etc, e não necessariamente por ser em 528Hz. Mas quando você ouve acreditando que vai te fazer bem, pode ter um fator psicológico que influencia também, de fato!

Veja também: Estudo comparando efeitos de 432Hz X 443Hz (afinação oficial da orquestra alemã)

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